Por rev. Ricardo da Mota Leite*
Os
supermercados estão abarrotados de ovos de chocolate. Que delícia!
Muitos perguntam novamente para o inocente bichinho: “coelhinho da
páscoa, que trazes para mim?” O coelho, símbolo de fertilidade, e o ovo
de chocolate, símbolo de poder e vigor, são apreciados por todos,
principalmente nesta época em que se comemora a Páscoa.
Mas,
por mais estranho que pareça, a cruz também é um símbolo da Páscoa.
Páscoa tem a ver com libertação provinda do sangue derramado. Vamos
recordar? A palavra “Páscoa” em hebraico quer dizer “passagem, passar
sobre”. O povo hebreu, estava cativo no Egito por quatrocentos e trinta
anos. Mas chegou o dia da libertação.
O
grande Faraó egípcio iria experimentar como nunca, a mão pesada de um
Deus diferente daqueles deuses que ele adorava. Um Deus pessoal, que
ouve o clamor do povo sofrido, que vê a injustiça praticada pelos
poderosos, que sabe e conhece tudo e todos, um Deus Soberano. A décima
praga seria a morte dos primogênitos. Todas as criaturas no Egito que
abriram a madre morreriam.
À
meia noite, um anjo passaria por cima daquela terra, e onde estivesse
um primogênito, a morte entraria e o levaria. Todavia, havia uma
esperança para se livrar de tão grande aflição. Um cordeiro deveria ser
morto. Um cordeiro sem defeito, cujo sangue seria aplicado nas ombreiras
e na verga da porta de entrada. O sangue seria o sinal, e quando o anjo
passasse por cima, pouparia todas as casas onde existisse o sinal
feito pelo sangue do cordeiro. Aquele cordeiro sacrificado simbolizava
Jesus Cristo, o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Páscoa é
muito mais que coelho ou ovos de chocolate. Páscoa é Jesus. Páscoa
aponta para a cruz de Cristo onde seu sangue foi vertido por mim e por
você.
Jesus
“padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e
sepultado, mas ao terceiro dia ressuscitou, subiu ao céu e está sentado
junto ao trono de Deus”. Páscoa significa vitória, liberdade da
opressão. O povo hebreu se viu livre, como um pássaro diante de um laço
que se desfez. Assim acontece com aquele cujo sangue de Cristo lhe é
aplicado. O sangue de Jesus derramado na cruz não foi em vão. O sangue
do Cordeiro livra da morte espiritual. Isto porque Ele venceu a morte
ressuscitando ao terceiro dia. Páscoa é redenção.
A
eucaristia ou Santa Ceia, é o grande símbolo da vitória do Cordeiro e
do seu povo. O pão simboliza o corpo e o vinho simboliza o sangue do
cordeiro. Quando o Destruidor vê o sangue aplicado em nossas vidas, ele
apenas passa. Então agora, “quando vossos filhos vos perguntarem: Que
rito é este? Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que
passou por cima das casas...” (Êxodo 12.23-27).
Que o coelhinho da páscoa e os ovos de chocolate não roubem do seu coração, o verdadeiro sentido da Páscoa.
*Rev. Ricardo da Mota Leite é Secretário Executivo da Apecom, Agência Presbiteriana de Evangelização e Comunicação.